Este é o domingo da Santíssima Trindade. O Pai se comunica consigo mesmo e, nesta comunhão, processa o Filho como gerado. A linguagem empregada nesta comunicação é a Verdade. Por isto, o Filho pode afirmar que veio dar testemunho da Verdade. O Pai e o Filho se comunicam entre si. E neste processo é inspirado o Espírito Santo, e a linguagem usada é o Amor, linguagem própria do Espírito. João resume comunicação e linguagem afirmando que a Graça e a Verdade constituem a característica do Filho entre nós (cf Jo 1,14).
Hoje Jesus nos descobre a verdadeira linguagem, a comunicação de Deus com os homens: a Verdade e o Amor. E nos ensina que linguagem do Pai ao Verbo feito carne é a mesma do Pai com o Espírito Santo. Foi, é e será a linguagem do Filho com os homens, seus irmãos. O Filho, por sua vez, quer que esta seja a mesma linguagem utilizada entre os homens.
Da parte divina, o Filho, assumindo corpo e alma humana – tornando-se carne – demonstra o apreço de Deus para com os homens. Da parte humana, é exigida a aceitação desta figura humana de Deus como Senhor e Cristo, constituída pelo Pai para a nossa Salvação.
Deste modo, a comunhão entre o Pai e o Filho se torna a comunhão entre Deus e o homem. A linguagem é a mesma: a Verdade e o Amor, o Filho e o Espírito. Com eles, Deus olha o mundo e suas circunstâncias de um plano único: a lente do amor. Por meio dela nós também descobrimos os desígnios de Deus no meio da realidade das coisas e dos fatos da história, que chamamos de Verdade.
Os males do mundo – pobreza, fome, doença, injustiça – se olhados com este prisma e sob a linguagem do amor, tem um significado de bondade e de bem.
Deus não salva o mundo enquanto este não tiver o reconhecimento do Salvador. Crer ou não crer, acreditar ou rejeitar a pessoa do Filho Unigênito de Deus, é a tábua ou condição de Salvação de todo homem. A Verdade é a luz de todo homem que vem a este mundo (Jo 1,9). Mas esta luz que se torna Vida (Jo 1,4) só entra em nosso interior se abrimos as janelas da nossa alma. Se realmente acreditamos que a causa formal da nossa Salvação é aceitar o Filho como enviado do Pai e, com esta crença, viver sob o manto da misericórdia de Deus.
Diremos, portanto, que o crer é a porta para a vida eterna. Crer no nome do Filho é seguir a Jesus. É ser portador da misericórdia, do amor e da vida ao mundo. É viver a caridade na comunidade, desvelando a presença do amor de Deus no mundo. Na solidariedade e na fraternidade, que geram a paz verdadeira que desmascara a “paz imperial”, que hoje sacrifica os pobres e excluídos da nossa sociedade brasileira e do mundo inteiro.
São José Operário, rogai por nós!
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